Profundo Vazio
01/04/2011
O lápis parado não mais escreve,
no papel branco que o aguarda.
O texto que antes surgia breve,
nada mais é do que estrofe vaga.
Aquela bela nota se tornou vazia,
na música tênue que ao fundo toca.
Parece que, de infinda teimosia,
em meus ouvidos o som desemboca.
O azul do céu já foi desbotado,
frente a tanta fumaça humana.
Saudades do meu lamento melado,
a envolver minha bela dama.
Marcello G. M. Filho
Insanity
12/29/2010
A mente insana um turpor insere
ao corpo frágil que se reclina.
Tudo o que a consciência lhe destina
a voraz loucura digere.
Devaneios, anseios e fantasia
afetam a sua comum apatia.
Resta-lhe um grito indigesto,
um ávido e intenso protesto.
Mas eis que tudo se esquece,
a memória outra vez se apaga.
Em meio a imagens e sons enlouquece
e, imaginário, um amigo te afaga.
Marcello G.M. Filho
Se se escreve um poema
12/27/2010
A vida se transforma em cores,
as cores te inebriam.
Amores, suspiros, rancores,
cheiros e gostos te extasiam
As canetas descrevem as flores.
As aves no papel piam.
O mundo já não tem mais dores,
se as poesias o recriam.
Se se escreve um poema, um só que seja,
em versos tua alma lampeja.
Marcello G.M. Filho
Soneto Esmeraldino
12/27/2010
Da arquibancada um tremor me abala
e tudo se explode em magia.
Em gritos de gol se avassala
um amor que é pura alegria.
É meu Goiás quem joga
na nossa dourada serra.
Seu efeito me lembra uma droga,
em um vício profundo te enterra.
Esmeraldino meu, se tu me ouves,
do alto de nossa nobre Serrinha,
escute meu pobre pedido.
Quero que se mostre gigante
em meio a tantos pequenos
e assim à honra voltemos.
Marcello G.M. Filho